quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Casos de Aids aumentam entre jovens


Estudo feito com 35 mil jovens entre 17 e 20 anos revelou aumento de 0,09% para 0,12% nos casos de Aids em cinco anos. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 1º, que também apontou o número de pessoas infectadas com o vírus HIV no Brasil: 630 mil. Desse total, 230 mil nem sabem que são soropositivos.
De acordo com a pesquisa, 97% dos jovens de 15 a 24 anos reconhecem o preservativo como forma eficaz de evitar a infecção pelo vírus HIV. Porém, o uso da camisinha na primeira relação sexual avançou pouco, de 52,8%, em 1998, para 60,9% em 2008.
Segundo o diretor do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, apesar de terem mais informações, à medida que a parceria sexual se torna estável, o jovem tem deixado de usar o preservativo.“O preservativo tem de fazer parte da nossa vida porque o HIV/Aids não é a única doença que pode ser transmitida. Tem hepatite, sífilis”, explicou Greco.

Redução

O Ministério da Saúde informou que caiu 44,4% a incidência de casos de Aids em crianças menores de 5 anos, entre 1999 e 2009. Para o governo, esse dado é resultado das ações para reduzir a transmissão vertical da doença. “Há vários locais onde a transmissão da mãe para o filho desapareceu com tratamento adequado. Estamos buscando diagnósticos mais precoces, acesso a tratamento e melhor qualidade de vida”, afirmou o diretor do Ministério da Saúde.
Ele também afirmou que abordagem sobre a doença nos meios de comunicação diminuiu, o que leva as pessoas a terem uma falsa sensação de que o risco desapareceu. Segundo Grecco, o foco da campanha do governo federal contra HIV/Aids deste ano é o preconceito. O objetivo é mostrar pessoas vivendo com a doença.

Região Sul: maior incidência

“A presença do preservativo sozinho não é suficiente, e nem do conhecimento. Acho que é preciso uma participação geral para mostrarmos que para ter vida sexual feliz na situação atual o preservativo tem de fazer parte disso”, disse Greco.
Dados do Ministério da Saúde mostram aumento no número de casos novos e na incidência da Aids no Brasil. De 2008 para 2009, a quantidade de casos novos saiu de 37.465 para 38.538. Já a taxa de incidência, que era de 19,8 casos para capa 100 mil habitantes, em 2008, chegou a 20,1 casos no ano passado.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 11 mil pessoas morrem por ano, vítimas da Aids. O Sistema Único de Saúde distribui 20 medicamentos diferentes para cerca de 200 mil pessoas. O Ministério da Saúde informou que o governo brasileiro triplicou a oferta de testes rápidos para agilizar o recebimento do diagnóstico da doença. “Quanto mais rápido as pessoas chegarem ao serviço publico, menos risco tem de que elas transmitam a infecção. Está muito claro que as pessoas em tratamento acabam o risco epidemiológico, apesar do preconceito”, disse o diretor do Ministério da Saúde.
A região Sul apresenta a maior taxa de incidência (32,4 casos a cada 100 mil habitantes), seguida da Sudeste e Norte, com 20,4 e 20,1, respectivamente. Para a região Centro-Oeste a taxa foi de 18,0 e para o Nordeste, 13,9.

1° de Dezembro: Dia Mundial de Luta contra a Aids


Em 1987, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), a Assembléia Mundial de Saúde decidiu transformar 1 de dezembro no Dia Mundial de Luta contra a AIDS para reforçar a solidariedade com as pessoas portadoras do vírus HIV.
Desde então, todo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolhe o grupo social que registra o maior número de casos de HIV/AIDS e define estratégias para uma campanha de sensibilização da opinião pública.
No Brasil, a homenagem vigora desde 1988 a partir de uma portaria assinada pelo ministro da Saúde que, seguindo o exemplo da OMS, elabora uma campanha a cada ano para alertar a população sobre os avanços da doença.
Este ano, a campanha do Dia Mundial tem como público primordial os jovens de 15 a 24 anos. Essa escolha foi feita ao se levarem em consideração dados comportamentais como o maior número de parceiros casuais dos jovens em relação aos não-jovens e o elevado índice de jovens (40%) que declaram não usar preservativo em todas as relações sexuais.
Os objetivos da campanha são desconstrução do preconceito sobre as pessoas vivendo com HIV/Aids e a conscientização dos jovens sobre comportamentos seguros de prevenção. Para isso, o tema da campanha será: “O preconceito como aspecto de vulnerabilidade ao HIV/Aids”.

Fontes: Ministério da Saúde e IBGE Teen