quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Espaço do Artesão na Costa Sul é reivindicado ao prefeito Ernane

Reunião entre representantes dos artesãos e prefeito foi intermediada
 pelo vereador José Reis, na última terça-feira

Valorizar a cultura caiçara é o objetivo principal dos artesãos da Costa Sul de São Sebastião que reivindicam a instalação de um espaço para que possam expor seus trabalhos e ser, ao mesmo tempo, mais um atrativo turístico aos visitantes que gostam de conhecer a cultura local. A solicitação de se criar a Casa do Artesão ou espaço específico, em Boiçucanga, foi feita ao prefeito Ernane Primazzi pelas artesãs Eleuza de Matos e Tereza Braz, representando o grupo de artistas locais que ainda resistem para preservar suas tradições.
A reunião realizada na terça-feira, 23, na sede da Administração Regional de Boiçucanga, foi intermediada pelo vereador José Reis de Jesus Silva (PSB) que pediu atenção especial do prefeito para os artesãos da Costa Sul. “Trata-se de um trabalho bonito, diferenciado e até árduo, pois é uma questão de valorização da cultura de nosso povo. A intenção desse encontro é conseguir um espaço que ofereça condições de mostrar o trabalho desses artesãos, ter um local de exposição e agregar mais esse espaço ao desenvolvimento do turismo em nossa região”, afirmou Reis.
Segundo Eleuza e Tereza, os artesãos da Costa Sul já contaram com um espaço próprio no centro de Boiçucanga que atraia muitos visitantes. Depois passaram a expor na Praça Pôr-do-Sol que também recebia o artesanato indígena. “A gente ficava lá e, no fim de semana, ajudava a receber os turistas dando informações e explicando também sobre nosso trabalho”, disse Eleuza. De acordo com Tereza, esse material acabou estragando e o espaço foi desativado, mas os artesãos não desanimaram. “Continuamos trabalhando em casa”, complementou Eleuza.
Natural de Barra do Una e hoje moradora em Boiçucanga, Tereza comentou que é filha de Dona Conceição que, nos anos 60, foi a primeira artesã a trabalhar com taboa. Hoje ela segue a arte de sua mãe e também trabalha com pintura, enquanto a amiga Eleusa também utiliza taboa em suas peças. “O artesanato teve seu tempo de glória, seu auge, mas a gente continua resistindo”, declarou Tereza reafirmando a importância da retomada do espaço do artesão em Boiçucanga.
O prefeito Ernane Primazzi se comprometeu em verificar o que é possível fazer, de imediato, para ajudar os artesãos da Costa Sul, como conseguir uma sala nas dependências da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur), que fica na Rua da Praia, região central, onde poderiam expor e deixar seus trabalhos. Porém, o prefeito sinalizou que a reurbanização da orla de Boiçucanga com reforma completa da Praça Pôr-do-Sol, será um ponto excelente para exposição e venda dos produtos. “O projeto prevê espaço para artesanato, Centro de Convenções, quadra, restaurante, estacionamento com mais de 80 vagas que hoje não existe”, disse Ernane. O vereador José Reis concluiu que, após as obras de reurbanização, a Praça Põr-do-Sol será um espaço atraente, o que favorecerá muito o turismo e os artesãos da região. 




Fotos e Texto: Rosangela Falato

Confraternização cultural agita Vila Sahy

Vários grupos da cidade participaram da primeira edição do evento
  que promete virar atração no bairro 


Apresentações de grupos musicais com dança de rua, hip hop,capoeira e até demonstrações de grafiteiros agitaram o último fim de semana da Vila Sahy, na Barra do Sahy, Costa Sul de São Sebastião. A proposta de mostrar como uma comunidade possui várias culturas e, muitas vezes, desconhece essa riqueza motivou a realização da 1ª Confraternização Cultural da Vila Sahy promovida por grupos locais como Vila Break MC, Raiz Negra, Tribo do Gueto, MC Bonner Moka que também convidaram outros grupos culturais do município e contou com apoio de vários colaboradores, entre eles, o vereador José Reis de Jesus Silva (PSB).
A integração não poderia ter sido melhor com vários números mostrando o potencial dos jovens e crianças da cidade e também do bairro durante a confraternização que tomou conta do sábado, dia 20, atraindo muitas crianças, jovens e familiares. Segundo Carlos Henrique Santos, coordenador do Tribo do Gueto, a idéia foi difundir o trabalho dos grupos do bairro e do município, o que deu certo. Aos 34 anos, dos quais 18 dedicados à música, Edijunho Lima Gomes, morador na Vila Sahy, tem um grupo de hip hop, o Vila Break MC. Como não há espaço no bairro para treinar e reunir seu pessoal, como também outros grupos da Vila Sahy, eles treinam em local cedido pelo Instituto Verdescola, explicou Edijunho que também é grafiteiro desde os 12 anos. “Temos muitas culturas que são ofuscadas por falta de espaço para mostrarmos nossos trabalhos. Essa confraternização visa divulgar a força e a diversidade das culturas daqui e que as pessoas não conhecem”, afirmou.
Durante o dia, crianças que participam das atividades do Verdescola também mostraram habilidade na capoeira e assistiram com atenção às apresentações culturais como do Grupo Urbanus, do Morro do Abrigo, que demonstrou, ainda, a forma de expressão no grafite. O trabalho foi conferido também por Reuri Silva Nascimento, um dos coordenadores da confraternização que ficou feliz com o resultado do evento e acredita que ele possa virar atração no bairro.
Outro momento marcante e que chamou a atenção principalmente das crianças, jovens e familiares, foi a apresentação do MC Guina, que ficou paraplégico após levar seis tiros, um na cabeça, em função de envolvimento com as drogas e violência. Aos 30 anos, ele percorre com a cadeira de rodas todos os eventos onde é convidado para levar justamente a mensagem de que as drogas e o crime não compensam. Suas composições retratam sua vida, as dificuldades, ilusões e a necessidade de viver e acreditar que só a fé em Deus é capaz de curar e dar alento às pessoas.
Em suas mensagens, MC Guina lembra da importância da família na vida e formação das crianças. Uma de suas composições fala em “pais descompromissados com a família, que não adianta ser bom com amigos nas ruas e não ser bom em casa com seus filhos”. E MC Guina completa: “Deus quer o melhor para você. Se ninguém olha por você, Deus olha. Se ninguém acredita em você, Deus acredita”. 



Imagens mostram várias atividades desenvolvidas na 1ª Confraternização Cultural da Vila Sahy. Na última foto, com o crachá, Reuri, um dos coordenadores do evento, acredita que a confraternização cultural possa virar atração na vila.
 Evento teve apoio do vereador José Reis

Texto e Fotos: Rosangela Falato