Um dos temas da Rio+20 é motivo de questionamento do vereador José Reis que pede soluções para descarte, reciclagem e campanhas de conscientização sobre lixo eletrônico no município
A produção de lixo eletrônico varia entre 20 e 50 milhões de toneladas ao ano em todo o mundo. O Brasil é líder na geração de lixo eletrônico entre as nações emergentes, estando à frente da Índia e China, países mais populosos. No Brasil, cada pessoa produz cerca de 0,5 quilo por ano, enquanto na China cada morador gera 230 gramas e, na índia, cerca de 100 gramas por ano, de acordo com levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O que fazer com o lixo eletrônico que, em sua maioria, é tóxico para o solo e para a vida? A questão, um dos temas da Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que prossegue até dia 22, no Rio de Janeiro, é também uma das preocupações do vereador de São Sebastião, José Reis de Jesus Silva (PSB).
Em requerimento aprovado na sessão de terça-feira, 12, o vereador pede informações sobre descarte e reciclagem do lixo eletrônico no município e a possibilidade de se realizar ampla campanha de conscientização e orientação á população e vários segmentos da sociedade.
De acordo com o documento apresentado pelo vereador, o 5° Panorama das Nações Unidas para o Meio Ambiente aponta que a geração de lixo eletrônico em nível mundial é preocupante. O levantamento também mostra que são escassas as informações sobre o assunto no Brasil e que a falta de uma legislação abrangente de gestão de resíduos é encarada como obstáculo para a regulação específica do lixo eletrônico.
Foram precisos 20 anos em tramitação no Congresso Nacional, para ser aprovada, em 2010, a Lei 12.305, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela especifica que o poder público é responsável por encontrar soluções para o descarte do lixo eletrônico de pessoas físicas, enquanto o gerado pelas grandes empresas deve ser responsabilidade do empreendedor.
Mas, diante da evolução tecnológica e do descarte cada vez maior de equipamentos que, de um ano para outro, passam a ser substituídos, fica o impasse sobre o que fazer e como reaproveitar esse lixo eletrônico, explica o vereador.
Por esse motivo, ele fez seu trabalho endereçado ao secretário municipal do Meio Ambiente, Eduardo Hipólito do Rego, para saber como o município vem tratando essa questão importante, de que maneira é feito, atualmente, o descarte e reciclagem e se há programas de orientação á comunidade.
O Brasil é líder na geração de lixo eletrônico entre as nações emergentes,
à frente da China e ìndia, segundo pesquisa do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Iniciativa
O vereador elogiou a iniciativa do 1° Mutirão de Coleta do Lixo Eletrônico realizado em 14 de maio pelo Instituto Verdescola, em parceria com a Secretaria de Educação da Prefeitura de São Sebastião. O trabalho de conscientização envolveu cerca de três mil alunos, entre 6 e 14 anos, de sete escolas situadas na Costa Sul do Município.O objetivo foi incentivar a população a fazer o descarte correto dos equipamentos eletrônicos. Durante a semana, os estudantes participaram de palestras, apresentações teatrais ensinando a não jogar lixo eletrônico em locais comuns e mostrando os perigos da contaminação da água e do solo, bem como ao meio ambiente e à saúde da população. Cada escola teve um ponto de descarte e os materiais recolhidos como celulares, baterias, eletrodomésticos e eletrônicos em geral, foram destinados à reciclagem.
Em função do excelente trabalho realizado, o vereador Reis questionou o secretário sobre a possibilidade de serem firmadas parcerias similares, envolvendo entidades, instituições e até mesmo empresas da cidade, para trabalho de coleta e reciclagem desse lixo e também de lâmpadas fluorescentes, outra preocupação apontada por Reis. Ele também pediu informações sobre a possibilidade de se criar uma rede para postos de coleta, em campanhas na cidade, e até mesmo se os sites oficiais do Executivo e Legislativo poderiam informar pontos de coleta de vários materiais para reciclagem a exemplo do site da Prefeitura de Bragança Paulista que mantém esse serviço de orientação á população. Segundo Reis, somente com um trabalho de educação e orientação, envolvendo várias secretarias municipais e segmentos da sociedade, além do setor empresarial, será possível encontrar soluções para problemas graves que afetam o meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas.
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Produção mundial de lixo eletrônico varia entre 20 milhões e 50 milhões por ano.
