quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Comunidade nordestina terá conselho representativo

Projeto do vereador José Reis, aprovado na última sessão, institui o Conselho Municipal de Participação da Comunidade Nordestina


Imagens de músicos e do Padre Cícero são patrimônios cultural e religioso da população nordestina










A força de trabalho dos migrantes nordestinos e sua importância no contexto social e cultural com a inserção de seus costumes na sociedade são fatores que devem ser ressaltados e valorizados, uma vez que integram o desenvolvimento da região do Litoral Norte e também de São Sebastião. Para representar essa parte da população, que merece ter seus direitos e valores respeitados, será instituído, em São Sebastião, o Conselho Municipal de Participação da Comunidade Nordestina. De autoria do vereador José Reis de Jesus Silva (PSB), o Projeto de Lei 63/2010, que institui o conselho, foi aprovado por unanimidade na última sessão do Legislativo, dia 14 de setembro, e encaminhado para sanção do prefeito Ernane Primazzi.
Em âmbito estadual, no próximo dia 26 de setembro, será lembrado o quinto ano da criação do Conselho Estadual da Comunidade Nordestina instituído pela Lei 12.061 e regulamentado pela Lei 50.587, de 13/03/2006. Seu objetivo é integrar as ações do governo e da sociedade civil com foco na população nordestina que vive em São Paulo estimada em cerca de 2 milhões de pessoas. O conselho estadual também promove, anualmente, a Semana de Arte e Cultura das regiões Norte e Nordeste do Brasil e coordena o Dia do Nordestino, criado pela Lei 8.441, de 23/11/1993, e comemorado em 2 de agosto.
De acordo com o vereador José Reis, a proposta de seu projeto é” valorizar a contribuição econômica, social e cultural da comunidade nordestina em todo o Litoral e na nossa cidade”. De acordo com o artigo 6º da lei aprovada, ela deverá ser regulamentada pelo Poder Executivo no prazo máximo de 60 dias, contados a partir da data de sua publicação. Com a criação do conselho, São Sebastião passa também a reconhecer, oficialmente, a importância do trabalho da comunidade nordestina que ganhará representativa não somente para lutar por suas reivindicações, mas também para criar programas e estimular a divulgação das riquezas culturais da região Nordeste do Brasil.


Atribuições do conselho

Estabelecer diretrizes, levar propostas e promover atividades, em todos os níveis da administração municipal, direta e indireta, que visem a defesa dos direitos da Comunidade Nordestina para sua plena inserção na vida social, econômica, política e cultural da cidade é um dos pontos ressaltados no projeto do vereador Reis. Entre as atribuições também constam assessoramento ao prefeito municipal na emissão de pareceres, encaminhamento de sugestões e acompanhamento da elaboração e execução de programas de governo relativos à Comunidade Nordestina. Outra atribuição será encaminhar á Câmara Municipal propostas de natureza legislativa que visem assegurar e ampliar os direitos da comunidade, além de desenvolver estudos, debates e pesquisas relativos a problemas específicos e promover a comemoração de todos os eventos ligados a seus interesses, em especial nas áreas artística, cultural e histórica do Nordeste do Brasil.
De acordo com o Projeto de Lei, o conselho será composto por 11 membros e 5 suplentes nomeados pelo prefeito e escolhidos entre os cidadãos com participação e reputação na Comunidade Nordestina, sendo consultados, previamente, a Câmara Municipal, os movimento e entidades da própria comunidade. Os integrantes serão empossados pelo prefeito e deverão eleger o presidente e secretário na primeira reunião do conselho. As funções não serão remuneradas e o mandato será de dois anos proibida reeleição.

Migração e tradição nordestinas

A história de São Paulo passa por um fenômeno social marcante ao longo do século XX, principalmente na década de 1930, quando a migração nacional, a maioria nordestina, superou o número de estrangeiros que vieram para São Paulo. Durante o Governo Getúlio Vargas, na primeira metade de 1950, essa migração nordestina foi intensificada pelo acelerado desenvolvimento econômico e industrial de São Paulo. Na época, com uma economia estagnada e pouco diversificada, grandes latifúndios, poucas indústrias, concentração de renda e baixa produtividade, o Nordeste vivia uma situação econômica difícil. Além disso, o clima da região, com longos períodos de estiagem, não era favorável à agricultura. Isso fez com que muitas pessoas passassem a abandonar suas cidades à procura de trabalho em São Paulo, não somente na capital, mas em vários conglomerados urbanos.
Como não havia um espaço de encontro dessa população para lembrar suas raízes, foi criado em maio de 1991, o Centro de Tradições Nordestinas (CTN), em São Paulo..Reconhecido por seu trabalho filantrópico pela Prefeitura de São Paulo e Governo Federal, foi declarado como Entidade de Utilidade Pública Municipal e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP. Ele passou a atuar como uma instituição de fomento cultural para o estado do Nordeste. O CTN promove ações relacionadas à cultura nordestina, e busca contribuir para que a maior cidade do Brasil também possa ser uma amostra do Nordeste. Para isso, disponibiliza para seus frequentadores, 9 quiosques e 10 restaurantes com barzinhos, servindo comida típica nordestina e um palco onde se apresentam shows de música e dança. O CTN preocupa-se também com as comunidades que estão ao redor do espaço, oferecendo cursos gratuitos de alfabetização para adultos e aulas de reforço de inglês e matemática para crianças no período de férias escolares, além de oficinas de capoeira, dança e teatro.
Em seu espaço, abriga um busto do cantor e compositor Luiz Gonzaga (Lua) e um de Manezinho Araújo, uma estátua de Zumbi dos Palmares, e do bondoso Padre Cícero, bem como do piedoso Frei Damião, expressando a religiosidade do povo nordestino que ali comparece em grande número. Localizado na rua Jacofér 615, no Bairro do Limão, abre ao público de segunda à quinta no horário de almoço, sexta e sábado, das 11h às 04h e, aos domingos, das 11h à meia-noite. A entrada é franca em todos os dias de funcionamento, exceto às sextas-feiras..

Reis pede informações sobre rampas de acesso para embarcações


Investir em equipamentos para o setor náutico
é uma das preocupações do vereador
O potencial natural de São Sebastião para o desenvolvimento do turismo e dos esportes náuticos leva à uma preocupação com os equipamentos existentes atualmente, suas condições de uso e a necessidade de novos investimentos no setor. Esse foi um dos motivos do vereador José Reis de Jesus Silva (PSB) para solicitar informações ao Executivo sobre localização e condições de uso de estruturas como as rampas de acesso a embarcações ao longo de todo o município.
Por meio de requerimento aprovado na sessão da última terça-feira, 14, Reis quer saber quantas rampas existem ao longo de São Sebastião com acesso aos rios que cortam a cidade. Além da localização desses equipamentos, ele também questiona sobre as condições atuais de uso e se há projetos, por parte do Executivo, em investir na reforma ou construção de novos acessos que possam ser utilizados por proprietários de embarcações.
Outra preocupação justificada por Reis é quanto à necessidade desses equipamentos para a prática de esportes náuticos. O vereador já solicitou ao Governo do Estado, por meio de ofício encaminhado ao deputado estadual Luciano Batista (PSB), a instalação do Projeto Navega São Paulo no município. A proposta já foi apresentada aos órgãos competentes pelo deputado, explicou Reis que acredita na possibilidade de São Sebastião ser contemplada com o programa que beneficiará crianças e jovens da cidade. Mas, para que esses programas e outras atividades ligadas ao setor náutico possam se desenvolver, é necessário que a cidade ofereça condições estruturais adequadas como, por exemplo, rampas apropriadas, comenta Reis.
Outro fator importante lembrado pelo vereador em relação a investimentos na área náutica diz respeito à geração de emprego e renda que será beneficiada com o desenvolvimento do setor. Por isso ele também quer saber, em termos quantitativos, qual o número de embarcações registradas no município e se a Prefeitura tem levantamento do número de pessoas que procuram a cidade para a prática da pesca amadora e de esportes náuticos, “setores que podem contribuir muito para o “desenvolvimento turístico e socioeconômico do município”, frisa Reis.

Praça da Capela mudará de nome

Conhecida como Praça da Capela, em Boracéia, essa área de lazer será denominada Praça Iracema Conceição da Silva. De autoria do vereador de São Sebastião, José Reis de Jesus Silva (PSB), o projeto de Lei nº 68/2010, que concede nova denominação à praça, foi aprovado pro unanimidade na última sessão da Câmara Municipal, dia 14 de setembro. Segundo Reis, o objetivo é homenagear a moradora dona Iracema, que nasceu no dia 10 de julho de 1972, na cidade do Rio de Janeiro, e conheceu Boracéia na década de 50.
Em 1980, ela passou a morar no bairro e sempre contribuiu com a comunidade, no trabalho voluntário como membro da Sociedade Amigos de Boracéia (SABSS) onde ocupou vários cargos. “Dona Iracema foi benemérita da comunidade de Boracéia, por isso merecedora desta homenagem”, afirmou o vereador.