terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bairro a Bairro - Boracéia no Imprensa Livre

Boracéia



Localizado no extremo sul, Boracéia faz a divisa entre São Sebastião e Bertioga. Em função da distância para o Centro (62 quilômetros), muitos moradores de Boracéia costumam recorrer ao município vizinho para ter acesso a serviços como hospital e bancos, por exemplo. O bairro possui suas peculiaridades. Entre elas, a Reserva Indígena do Rio Silveiras onde estão estabelecidas tribos de índios Guaranis. Boracéia sofre com o abandono das administrações públicas. Basta caminhar pelas ruas do bairro (preferencialmente usando botas) para constatar o descaso. Falta também um sistema de coleta e tratamento de esgoto.


Turismo
“Estamos abandonados. Não se faz nada no bairro há 15 anos”, resume o aposentado Antonio Mouro, de 66 anos. Ele cita as condições das ruas e falta de saneamento básico como exemplos desse “abandono”. Mas as principais reivindicações do aposentado recaem sobre o Turismo. Para ele, o bairro carece de infraestrutura para desenvolver este setor do qual depende a maioria dos moradores. Mouro sugere instalação de banheiros públicos e bolsões de estacionamento na orla da praia. “A prefeitura tem área para isso. São necessários para o turista parar aqui e consumir no comércio local”, entende. “No lado de Bertioga tem mais infraestrutura. Aqui, os comércios estão fechando as portas”, acrescenta Mouro, que também é vice-presidente da Sociedade Amigos de Boracéia.
A prefeitura informa que a execução de melhorias no local implica em uma série de autorizações como, por exemplo, da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), por ser domínio da Marinha, e de órgãos ambientais estaduais, uma vez que existe vegetação nativa na área. Entretanto, a Secretaria de Habitação e Planejamento avisa que “a proposta já vem sendo estudada com o objetivo de implantar benfeitorias na orla da praia”.

Esgoto e matagal
Para o pedreiro Luiz Gonçalves dos Anjos, de 55 anos, a prioridade deve ser implantação de rede coletora de esgoto. “Esgoto é o principal porque, em Boracéia, todos usam fossas”, conta o pedreiro. Ele também pede serviços de manutenção nas vias do bairro, como corte de matagal e limpeza de valas, além de pavimentação. “Roçam uma ou duas vezes por ano”, diz Anjos, que reside na Alameda Jandira. “Quando chove a gente tem muita dificuldade para andar na rua”, reclama.
Em contato com a Sabesp, a estatal garantiu que o bairro será diagnosticado pelo estudo do Plano Diretor da Sabesp para o Litoral Norte. “Trata-se de uma localidade que abriga núcleos indígenas, resultando na necessidade de uma avaliação bastante complexa e detalhada”, diz a empresa.
Quanto à pavimentação das ruas do bairro, a Regional de Juquehy comunica que a reivindicação foi inserida no Plano Plurianual, que define metas para os próximos quatro anos. Sobre o serviço de roçamento e limpeza de vala na Alameda Jandira, a Regional de Juquehy avisa que um mutirão de serviços será realizado no bairro de Boracéia, ainda nesta semana, caso as condições do tempo sejam favoráveis. A divisão enfatiza que, em decorrência das chuvas, alguns serviços foram adiados, por algumas vezes, pelo fato de todo o trabalho na região ser desenvolvido em cima de um cronograma. Com o mutirão, a Regional acredita que grande parte das reivindicações dos moradores possa ser atendida.

Segurança
O caseiro Mariano Macena Cruz, de 58 anos, demonstra preocupação com as ocorrências policiais que vêm acontecendo em Boracéia. Segundo ele, a casa onde trabalha já foi alvo da ação de bandidos por quatro vezes. “Todo fim de semana temos casas invadidas por ladrões no bairro”, disse Cruz. Ele acredita que o policiamento deve ser reforçado, especialmente nesses dias de maior movimento.
A reportagem não conseguiu contato com o comandante do policiamento da região.


Fonte: www.imprensalivre.com.br - 13.10.2009

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