sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Vereador Reis pede detalhes sobre obras em Toque Toque ao diretor do DER

Problemas enfrentados pela população da região com interdição da pista
 para veículos pesados foram apontados durante encontro

      
     Os problemas de locomoção dos moradores, comerciantes, estudantes, pessoas que, diariamente, necessitam utilizar a Rodovia Manoel Hipólito do Rego (Rio-Santos), em função da interdição da pista para veículos pesados, no km 146 + 800 metros, entre outras demandas relacionadas à segurança dos usuários da rodovia, foram debatidos pelo vereador de São Sebastião, José Reis de Jesus Silva (PSB), em reunião, no último dia 27, com o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Orlando Arantes, responsável pela Diretoria Regional 5 (DR 5), em Cubatão.
     No início da semana, o DER iniciou as obras de recuperação da erosão ocorrida no km 147, região de Toque Toque Pequeno, na Costa Sul do município, em função das fortes chuvas que atingiram o município entre os dias 23 e 24 de dezembro. A pista chegou a ficar totalmente interditada para estudos geotécnicos. Após constatação gravidade do problema, foram iniciadas ações emergenciais para viabilizar parte da pista mantendo o sistema Pare e Siga somente para veículos leves trafegando com acompanhamento direto do DER. Segundo Arantes, o que ocorreu foi “uma fatalidade e nossa preocupação é com a segurança dos usuários”.
     No dia 24, foi feita a primeira avaliação do solo por um geotécnico. Após a chuva parar e não terem sido registrados novos escorregamentos na pista, foram instaladas 31 estacas de ferro cravadas com 8 metros de comprimento para tentar minimizar o problema. Com essa ação, foi possível liberar a pista para carros leves e micro-ônibus, que realizam a travessia de passageiros dos transportes coletivos no esquema de baldeação.
    Segundo Arantes, houve avanços pois, mediante autorização do DER e, em casos de necessidade, foram liberados veículos de até 10 toneladas e, principalmente, o tráfego de veículos da coleta de lixo, gás, uma vez que o atendimento à comunidade estava prejudicado. Mesmo assim, é necessário pedir autorização ao DER e informar os devidos horários de passagem dos veículos. Apesar de a população estar ciente dos problemas e riscos, a interdição parcial tem prejudicado não só moradores, mas trabalhadores, comerciantes e até os usuários de transporte “Estou aqui trazendo a reclamação e demandas de todos”, disse Reis que comentou os inconvenientes da baldeação.
    "As pessoas têm de descer do ônibus convencional de um lado da pista, pegar o micro-ônibus e depois, do outro lado, voltar a pegar o circular debaixo de sol e chuva. Mães com crianças, idosos, pessoas com problemas de mobilidade sofrem muito. Também estamos preocupados com o início das aulas porque temos o transporte escolar. Muitas crianças estudam nessa região e precisam fazer esse trajeto. Temos, ainda, o transporte universitário para quem estuda em Mogi das Cruzes, por exemplo, e passa pela região, além de comerciantes, trabalhadores, empresas da construção civil e comunidade em geral”, destacou Reis que solicitou informações se haverá possibilidade de liberação da pista.


Obras

     O engenheiro Orlando Arantes foi claro ao frisar que a preocupação maior é com a segurança de todos e que a operação Pare e Siga continuará até a conclusão das obras orçadas em R$ 1.051.230,81 e prevista para 180 dias, segundo informações da Secretaria Estadual de Logística e Transportes. O investimento foi possibilitado em função de o órgão ter decretado situação de emergência no último dia 19, o que dispensa a licitação para contratação de empresa. De acordo com Arantes, é uma obra complexa pois o projeto de recuperação da erosão envolve processo de escavação de dois metros de profundidade para retirada de terra e todo material, uma vez que o solo ficou instável.
     Serão colocadas pedras grandes e materiais apropriados para garantir a sustentação da pista e o tráfego seguro no local. Porém, até os trabalhos nessa região são difíceis pela geografia do local e por passar uma rede de drenagem que continua funcionando normalmente e não foi afetada pelas chuvas.      No entanto, exige muito mais cuidado nos trabalhos de escavação, explicou Arantes, que se sensibilizou com as dificuldades enfrentadas pela comunidade. Ele informou ao vereador que, na próxima semana, solicitará nova análise geotécnica para avaliação das condições do solo e também para ver a possibilidade de atender ao pedido de liberação da passagem dos ônibus. Mas isso só acontecerá se houver condições e aprovação da equipe técnica, frisou o engenheiro.






Demandas

     O vereador José Reis também solicitou estudos para tentar solucionar o problema do movimento intenso no acesso da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, cujo volume de veículos, mesmo nos finais de semana, provoca congestionamentos por um longo trecho da Rio-Santos (SP 55) que chega a ficar parada até mesmo antes de Boracéia. Segundo Arantes, esse trecho sempre foi problemático, mas existe uma operação, com apoio da Central do DER, em São Paulo, e Polícia Rodoviária, com a abertura do acostamento na região para tentar garantir mais fluidez no trânsito.
     Reis também comentou que entregou ao ex-diretor do DER, no final de novembro de 2013, na época o engenheiro Orlando Morgado, documento com as demandas da população e dos parlamentares, apresentadas em plenário, de problemas de segurança, iluminação e manutenção, entre outras questões envolvendo toda a extensão da Rio-Santos ao longo do município. Ele também questionou sobre o projeto de recuperação da rodovia, de Ubatuba a Bertioga, anunciado pelo Governo do Estado de São Paulo, e que já foi motivo de trabalhos do vereador Reis.
     O diretor do DER informou que já foi assinado contrato para o projeto das obras que visam melhorias, ampliação da capacidade e faixa adicional para dar mais fluidez ao tráfego. Porém, explicou que não existe possibilidade de duplicação na Rio-Santos que é uma das estradas mais difíceis de administrar. Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, a SP 55 ou BR 101, é a única estrada com duas regionais. Embora oficialmente a competência pela jurisdição seja da DR 6, de Taubaté, houve um acordo administrativo para viabilizar o atendimento, de que a região que começa antes da Prainha Preta, Centro de São Sebastião, até Monte Cabrão,em Bertioga, fica sob a responsabilidade da DR 5, de Cubatão.
     Outra questão complicada, além de ser também uma rodovia seccionada, é que ela tem trechos de jurisdição do DER e outros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Denit). Ao DER, competem serviços de melhorias, manutenção e conservação da rodovia. Já, a questão de acessos, iluminação, são de responsabilidade do Denit. Alguns exemplos lembrados pelo vereador Reis são os bairros de Juquehy, Barra do Sahy e Cambury. Nesses casos, quando envolvem questões de acesso e iluminação, o DER tem de solicitar aprovação do órgão nacional.
     Questionado sobre as instalações e funcionamento de lombadas eletrônicas, o engenheiro explicou que apenas um consórcio ficou responsável em atender, simultaneamente, todo o Estado de São Paulo, ou seja, cerca de 15.000 km de estradas e as 14 regionais do DER. Ele afirmou que as lombadas instaladas até agora em trechos da rodovia e também as previstas ao longo da Rio-Santos, incluindo a região de São Sebastião, recebem homologação do DER e só passam a operar, oficialmente, após a aferição do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem). Segundo ele, as lombadas oferecem mais segurança aos usuários da rodovia e têm sido solicitações constantes ao DER.





Texto e Fotos: Rosangela Falato

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