segunda-feira, 7 de março de 2011

Estudo de Competitividade do Turismo é apresentado a vereadores

Tema abordado em trabalho do vereador José Reis, em 2010, voltará a ser discutido, em abril, pelo Instituto Marca Brasil



A falta de comprometimento do trade turístico e de investimentos em marketing para o desenvolvimento do setor em São Sebastião foram alguns dos pontos abordados pela secretária municipal de Turismo, Marianita Bueno, e o diretor de Turismo, Eduardo Cimino, em encontro com vereadores na última terça-feira, 1 de março, no plenário da Câmara Municipal. A reunião teve como objetivo apresentar os resultados de São Sebastião no Estudo de Competitividade do Turismo realizado no ano passado pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Secretaria de Turismo de São Paulo, Sebrae Nacional e Fundação Getúlio Vargas com 16 destinos turísticos no Estado de São Paulo. O tema foi abordado no Requerimento nº 628, do vereador José Reis de Jesus Silva (PSB), aprovado em outubro de 2010, em que solicitava informações à Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur) sobre os pontos positivos e negativos do estudo e possíveis soluções para melhorar o desempenho do município e encontrar formas de desenvolver o turismo sustentável.
Durante o encontro, Marianita Bueno informou que o assunto voltará a ser discutido dias 11 e 12 de abril, no Teatro Municipal, por técnicos do Instituto Marca Brasil contratado pelo Ministério do Turismo para ajudar a capacitar os municípios. Esse encontro será destinado a representantes do Poder Público e sociedade em geral. Ela explicou que um grupo gestor deverá ser criado para trabalhar em conjunto com o instituto que desde 2002 atua na geração de soluções sustentáveis e inovadoras para o reconhecimento e valorização do potencial turístico, cultural e econômico do Brasil. Ao apresentar os resultados, o diretor de Turismo e presidente da Associação Comercial e Empresarial de São Sebastião, Eduardo Cimino, comentou que, de forma geral, São Sebastião teve bom desempenho superando muitas cidades e algumas capitais em aspectos como, por exemplo, a questão de infraestrutura.
Marianita lembrou dados culturais importantes como as festas típicas, atividade artesanal, patrimônios tombados e o Sítio Arqueológico como aspectos positivos. Já, a falta de saneamento básico, de adoção de política contra exploração sexual, de conscientização turística e investimentos em marketing, além da falta de comprometimento do trade turístico foram alguns pontos negativos selecionados e que precisam ser trabalhados. ”É lamentável que o empresariado não invista na capacitação de seus funcionários”, disse a secretária que também ressaltou a dificuldade na redução de tarifários, o que facilitaria o interesse por parte de operadoras de turismo na cidade. Segundo Cimino, é preciso corrigir as falhas e trabalhar para colocar São Sebastião na folheteria nacional e internacional. E isso envolve repensar o atendimento turístico também por parte do comércio.

Posição
O Estudo de Competitividade revelou que São Sebastião está em uma posição muito boa em relação aos municípios indutores do turismo, explicou a Secretaria de Turismo em resposta ao requerimento do vereador José Reis, por meio do ofício 1.022, protocolado na Câmara Municipal em 5 de novembro do ano passado. Além da infraestrutura geral, entre os pontos positivos observados no ofício, foram destacados os serviços de equipamentos turísticos, atrativos turísticos, economia local, cooperação regional, aspectos ambientais e culturais. Os pontos críticos foram a capacidade empresarial e monitoramento e a principal dificuldade a falta de comprometimento do trade turístico. A contribuição não só do Poder Público, mas também da iniciativa privada foi abordada como fundamental para melhorar o desempenho do município.

Atrativos e Planejamento
A questão dos atrativos turísticos, principalmente na Costa Sul, foi abordada pelo vereador José Reis durante a reunião na Câmara. “Sabemos da importância do estudo, do nosso potencial turístico e posição geográfica favorável. A Costa Sul sempre foi considerada a “galinha dos ovos de ouro” por seu grande potencial. Mas também sabemos que, daqui a algum tempo, as praias por si só não serão suficientes como atrativos. Como podemos explorar melhor o turismo na Costa Sul?”, questionou Reis. Segundo Marianita, é necessário encontrar alternativas para enfrentar o período sazonal, de abril a outubro. Entre as propostas, está a formatação de roteiros específicos como visitação á aldeia indígena (Terra Indígena Ribeirão Silveira), em Boracéia, as trilhas do Ribeirão do Itu, em Boiçucanga, praias e cachoeiras de Guaecá, Santiago, por exemplo.



Praça Pôr-do-Sol, em Boiçucanga

Para o vereador Paulo Henrique Santana, um dos problemas está na falta de planejamento. Desde 1988, a Lei Orgânica do Município (LOM) mostra a necessidade de ter o Plano Diretor de Turismo que “até hoje não foi implantado. Não temos nem o Plano Diretor do município. Não existe planejamento”, afirmou PH. O presidente da Câmara Municipal, Artur Ballut, lembrou os investimentos na cidade vizinha de Caraguatatuba, com incentivos também ao comércio, o que tem aumentado a procura dos turistas. “Há 12 anos, a cidade não tinha nada e, mesmo com um orçamento infinitamente menor que São Sebastião, Caraguá se transformou devido a investimentos, incentivos e uma visão empresarial” comentou Ballut.
A secretária de Turismo lembrou a importância do trabalho que vem sendo realizado desde o ano passado para que São Sebastião também possa ser parada oficial de cruzeiros marítimos, uma vez que os navios poderiam atracar no porto. “Vamos ter uma parada fixa no final do ano pela primeira vez. Em visita a cidade, eles se surpreenderam porque achavam que tínhamos apenas terminal de petróleo, contêineres, Não tinham idéia do que era São Sebastião, do Centro Histórico. Levamos ao bairro São Francisco, Balneário dos Trabalhadores, Fundamar e ficaram surpresos”, disse Marianita referindo-se aos representantes de empresas de cruzeiros marítimos em visita ao município no ano passado.
Sobre esse fato, a vereadora Solange Ramos cobrou melhor receptivo que, em sua opinião, deixou a desejar durante parada experimental em 2010. “Na primeira parada, foram mal recebidos. O atendimento nos restaurantes foi demorado. É preciso mais organização”, afirmou a vereadora. Melhor infraestrutura de atendimento também foi defendida pelos vereadores Amilton Pacheco e Mauricio Bardusco presentes à apresentação do Estudo de Competitividade.




Fotos: Crédito: Rosangela Falato
Pôr-do-Sol em Guaecá e Convento Nossa Senhora do Amparo, bairro São Francisco

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